Água que Transforma Vidas:
Intercâmbio em Caatingueirinha Celebra Conquistas e Esperança no Sertão
No dia 03 de abril de 2025, a Comunidade Caatingueirinha, Potiretama Ceará, recebe a Turma de Agricultores de Turma: Tabuleiro do Norte. foi palco de um evento transformador: o intercâmbio do programa de cisternas "Uma Terra Duas Águas" (P1+2). Organizado pela OBAS (Organização Barreira Amigos Solidários) e pela Articulação do Semiárido (ASA), o encontro reuniu líderes comunitários, representantes do governo e técnicos para celebrar as conquistas do programa e fortalecer a gestão da água no semiárido.
Sob a liderança de Jorge Pinto e Matheus Lima, da OBAS, e com a valiosa contribuição das guias Gracinha e Deimy., os participantes, puderam vivenciar de perto o impacto positivo do P1+2 na região do Tabuleiro do Norte.
Um Legado de 20 Anos:
O Programa Cisternas, uma política pública com 20 anos de história, nasceu da experiência das organizações sociais da Rede ASA. Dividido em duas frentes – Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2) –, o programa democratiza o acesso à água no semiárido, transformando vidas e paisagens.
P1+2: Soluções Sustentáveis para o Sertão:
O P1+2 oferece um conjunto de tecnologias sociais para a captação e armazenamento de água, incluindo cisternas de 52 mil litros (calçadão, enxurrada e telhadão), tanques de pedra, barragens subterrâneas, barreiros trincheira e aguadas. Essas soluções garantem água para consumo humano e produção de alimentos, promovendo a segurança hídrica e o desenvolvimento sustentável da região.
Caatingueirinha: Um Oásis de Cultura e Resistência:
O intercâmbio em Caatingueirinha não se limitou à gestão da água. A comunidade, com sua rica história e cultura, apresentou aos visitantes a Casa de Sementes, um centro de preservação da agrobiodiversidade local, e o Museu Comunitário, que guarda a memória e os saberes da comunidade. A Árvore Centenária, o Pereiro da Caatingueirinha, ergue-se como um símbolo da resistência da Caatinga, testemunhando a força e a resiliência do povo sertanejo.
Objetivos do Intercâmbio:
Promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências sobre a gestão da água no semiárido, com foco no programa de cisternas P1+2.
Fortalecer a articulação entre organizações sociais, governo e comunidade.
Destacar a importância do programa de cisternas para a segurança hídrica e o desenvolvimento sustentável.
Valorizar o patrimônio cultural Histórico e ambiental da Comunidade Caatingueirinha.
O intercâmbio em Caatingueirinha foi um momento de celebração e aprendizado, reafirmando o compromisso com a gestão sustentável da água e o desenvolvimento do semiárido. A água, fonte de vida e esperança, continua a transformar vidas e a construir um futuro mais próspero para a região.
Uma História:
Pequeno Algacir e o Canto do Piru
Pequeno Algacir, um artista cantor de boleros conhecido por sua baixa estatura, carregava consigo memórias vívidas de sua infância em Rodolfo Fernandes, especialmente sobre sua mãe, Dona Tinor de Chico Dantas. Dona Tinor, uma mulher sábia e protetora, usava histórias para manter seu filho seguro, e uma delas era sobre o "Canto do Piru".
Algacir recorda que, devido à sua baixa estatura, ele frequentemente se escondia atrás das pernas de sua mãe, sentindo-se pequeno e vulnerável diante do mundo. Dona Tinor, percebendo o medo do filho, usava o "Canto do Piru" como uma forma de ensiná-lo a ter cuidado ao explorar a cidade.
Lembranças da Feira
Um dia, Algacir e Dona Tinor foram à feira na cidade de Rodolfo Fernandes. Era cedo, e a cidade começava a despertar. Enquanto caminhavam, Dona Tinor alertou o filho:
- "Olha, filho, quando você vier para a cidade, tome cuidado."
Pequeno Algacir, agarrando-se à perna da mãe, perguntou:
- "Por que, mãe?"
Dona Tinor, então, imitou o som do "Canto do Piru":
- "Gulu-gulu..."
Embora não houvesse nenhum peru por perto, o som do canto imaginário aterrorizava o Pequeno Algacir. Ele apertava a calça da mãe com força, tremendo de medo do misterioso "Piru".
Essa história do "Canto do Piru" permaneceu na memória de Algacir, uma lembrança constante do amor e da proteção de sua mãe, bem como dos medos da infância.
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